TRT-8 é sede do Conematra e reúne magistrados e servidores dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho do Brasil

Todos participam da Assembleia Extraordinária e Reunião de Trabalho do Conselho Nacional das Escolas de Magistraturas do Trabalho.
Fotografia em ambiente fechado que reúne em uma mesa oficial de evento duas mulheres e um homem
#ParaTodosVerem: Fotografia em ambiente fechado que reúne em uma mesa oficial de evento duas mulheres e um homem

Pela segunda vez, Belém é sede da Assembleia Extraordinária e reunião de trabalho do Conselho Nacional das Escolas de Magistraturas do Trabalho até hoje, dia 05 de agosto. Magistrados e servidores dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho do Brasil participam do evento, que é realizado na capital paraense. 

Segundo o diretor da Escola Judicial da 8ª Região (Ejud-8), desembargador Raimundo Itamar Lemos Fernandes Júnior, a realização do evento em Belém é um momento histórico e cheio de simbolismo. “Ele é simbólico este evento, pois foi aqui no Pará que o Conematra se tornou uma pessoa jurídica, ele ganhou corpo nacionalmente, mais respeitabilidade, é um conselho muito importante, através do qual são canalizadas as teses, as aspirações das escolas judiciais de uma forma democrática para Enamat, para o CSJT, para as instituições brasileiras. Através do trabalho do Conematra, muitas conquistas têm sido trazidas para as escolas judiciais. Hoje é um momento importante de caminhada, de construção da magistratura brasileira, e o Conematra é fundamental para isso”, observa o desembargador. 

A presidente do Conematra, desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, recebeu com muita alegria a realização do evento na região Amazônica. “É preciso que o resto do Brasil tenha um olhar diferente sobre a nossa região. É preciso vir aqui para sentir a nossa realidade, como ela é diferente, como ela precisa realmente de um olhar que valorize efetivamente os povos que aqui vivem, os povos originários, os ribeirinhos, os menos válidos, e sobretudo, os que não têm acesso à justiça. A justiça precisa dar acesso aos menos favorecidos”, pontua a presidente do Conematra. 

Homenagens 

A programação iniciou com uma bela apresentação do violonista paraense Salomão Habibi, que emocionou o público presente com composições próprias e também apresentando canções que homenageavam os estados brasileiros. 

Um momento simbólico foi a entrega de Comenda do TRT-8, a medalha Jus et Labor, ao juiz aposentado Carlos Alberto Zogbi Lontra (Comendador); desembargadora Ruth Barbosa Sampaio (Comendadora) e ao desembargador Paulo Regis Macha Botelho.

Carlos Alberto Lontra relata que teve a honra de ser presidente do Conematra por duas gestões em 2011 a 2012, 2012 a 2013. Ele conta que o Conematra antes era uma reunião de diretores de escola judiciais e com um grupo de colegas. “Gostaria de  compartilhar essa comenda com um grupo que trabalhamos juntos, conseguimos trazer todas as escolas a participarem e, logo em seguida, não só diretores e coordenadores, mas também as assessorias. E aqui é um marco importante, em Belém do Pará, em junho de 2011, já com a presença dos servidores, o número de participantes passou de 60 e, neste mesmo encontro, se firmou o novo estatuto e passando a ter personalidade jurídica, com muito incentivo da desembargadora Sulamir Monassa, que na época era diretora da Ejud-8”, comemora.

Programação 

O desembargador do TRT-8, Carlos Zahlouth Júnior, membro do Conselho Consultivo da Ejud-8, afirma que o Conematra tem a missão de capacitar e treinar juízes e desembargadores. “O que nós pensamos formatar a programação em dois pontos principais: a reformulação do Direito do Trabalho, que está sendo colocada em xeque, a própria competência da justiça do Trabalho e também a competência da inteligência artificial. Nós montamos sobre esses dois eixos. É importante que os servidores das escolas participem, pois eles operacionalizam os projetos. Eles vão ter uma oficinas de boas práticas que podem ser aplicadas pelos demais”.

Primeiro dia do encontro do Conematra reúne magistrados e servidores com foco em inovação e reformas institucionais

O primeiro dia do encontro promovido pela Conematra foi marcado por uma programação voltada tanto para magistrados quanto para servidores, com destaque para debates institucionais e iniciativas de inovação tecnológica.

Os magistrados participaram de uma assembleia que teve como principal pauta a alteração do Estatuto da entidade. A presidente do Conematra e diretora da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (EJUD 11), desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, destacou a importância das mudanças aprovadas.

“Uma comissão foi nomeada na assembleia anterior para analisar, propor e discutir as alterações no Estatuto. Essas propostas foram apresentadas previamente aos magistrados e aprovadas por unanimidade na assembleia de hoje”, explicou.

Entre as principais alterações estão a inclusão de cláusulas que garantem paridade de gênero, revisão das regras sobre reeleição de chapas para a gestão da entidade e adequações gramaticais e de redação no texto estatutário. Além disso, foram discutidas propostas para a criação de novas taxas, a realização de um webinário exclusivo e a distribuição de um livro para os magistrados associados.

Já os servidores participaram da oficina “Uso de Inteligência Artificial nas Escolas Judiciais”, conduzida pelo juiz João Valério de Moura Júnior, do Tribunal de Justiça do Pará (TJ/PA). A atividade abordou aplicações práticas da IA no contexto educacional e institucional, além de apresentar boas práticas adotadas por diferentes tribunais.

O ministrante iniciou a atividade com um quiz interativo para mapear a familiaridade dos (as) servidores(as) com o tema. Perguntas como “Você já utilizou IA?”, “Qual a forma mais comum de usar IA?” e “Você entende bem a lógica dos prompts?” ajudaram a identificar o nível de conhecimento da turma. A dinâmica proporcionou um ambiente comunicativo e reflexivo sobre a presença crescente da tecnologia no dia a dia do serviço público.

A participante Rejane Aragão, servidora do TRT-11, avaliou positivamente a experiência: “A inteligência artificial chegou e não tem mais como retroceder. Nós temos que aproveitar e extrair o que é melhor para o desempenho das nossas atividades nas escolas e possibilitar também a capacitação de outros colegas, realizando um trabalho de multiplicadores desse conhecimento.” 

O juiz, João Valério, elogiou o envolvimento dos servidores: “A participação dos servidores foi excelente! Eles colocaram em prática muitos dos fundamentos da inteligência artificial e eu também apresentei vários modelos de trabalho envolvendo as escolas judiciais da Justiça do Trabalho.” A oficina ressaltou a necessidade de formação contínua para que os servidores saibam administrar e aplicar a IA como estratégia de inovação e produtividade no serviço público.

A oficina  reforçou a necessidade de formação contínua para que os servidores saibam administrar e aplicar a IA como uma ferramenta estratégica de inovação e produtividade no serviço público.

Confira aqui as fotos do evento.