Juventude, Trabalho e Ansiedade: os sinais de alerta que o Setembro Amarelo nos convida a enxergar

Especialistas discutem os impactos da ansiedade entre jovens no mundo do trabalho e apontam caminhos para o cuidado com a saúde mental
Arte gráfica colorida fazendo alusão ao 2º Episódio da série "Quando Setembro Chegar" do podcast Laborando.
#ParaTodosVerem: Arte gráfica colorida fazendo alusão ao 2º Episódio da série "Quando Setembro Chegar" do podcast Laborando.

Em meio às campanhas de conscientização do Setembro Amarelo, o podcast Laborando, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá), lança seu segundo episódio da série especial “Quando Setembro Chegar”, com foco na saúde mental dos jovens trabalhadores. O episódio, em formato de entrevista, traz reflexões profundas sobre os impactos da ansiedade no início da vida profissional e os desafios da juventude diante de um mercado cada vez mais exigente.

A conversa é conduzida pela apresentadora e integrante da equipe da Secretaria de Comunicação do TRT-8 (Secom), a jornalista Danielly Silva e conta com a participação das psicólogas Luana dos Santos, do TRT-8, e Rebeca Barbosa, especialista em psicologia clínica e organizacional e terapeuta de casal e família.

Pressão precoce e ansiedade crescente

Segundo Rebeca Barbosa, a busca pela carreira ideal e a necessidade de se destacar rapidamente têm gerado níveis alarmantes de estresse entre os jovens. “Eles chegam ao mercado com uma carga de expectativas muito alta, muitas vezes sem preparo emocional para lidar com frustrações e instabilidades”, afirma.

A ansiedade, como destaca a especialista, se manifesta de forma física e emocional: insônia, irritabilidade, taquicardia, dificuldade de concentração e até crises de pânico. “É essencial que os jovens reconheçam esses sinais e saibam diferenciar uma ansiedade cotidiana de um quadro que exige atenção profissional”, alerta Rebeca.

Barreiras de entrada e impactos emocionais

Outro ponto abordado no episódio é a dificuldade de inserção no mercado de trabalho. A psicóloga Luana dos Santos ressalta que a falta de oportunidades e a precarização das relações laborais afetam diretamente a autoestima e o bem-estar dos jovens. “Muitos se sentem desvalorizados, o que pode levar à sensação de inutilidade e ao isolamento”, explica.

“Investir nas redes de apoio, na família e em pessoas que realmente fazem sentido para você é essencial. O isolamento amplifica o sofrimento — somos seres sociais, precisamos conviver. Esses vínculos são fundamentais para promover a saúde mental, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal”, reforça.

Quebrando o estigma e buscando ajuda

O episódio também traz orientações práticas para quem se sente sobrecarregado. Rebeca Barbosa reforça que buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, mas de coragem. “Precisamos desmistificar a ideia de que cuidar da saúde mental é algo secundário. É tão importante quanto cuidar do corpo”, diz.

Entre as estratégias de prevenção, ela sugere pequenas ações diárias de autocuidado: pausas conscientes, atividades físicas, alimentação equilibrada, sono regular e momentos de lazer. “São pílulas de bem-estar que ajudam a manter o equilíbrio emocional”, afirma.

Construindo redes de apoio

No contexto do Setembro Amarelo, a psicóloga Luana destaca a importância de construir redes de segurança. “Conversar com amigos, familiares ou colegas de trabalho pode ser o primeiro passo para aliviar a pressão. Ninguém precisa enfrentar tudo sozinho”, reforça.

Para os jovens que se sentem sufocados pela vida adulta e pelas exigências do mercado, a profissional deixa uma mensagem de acolhimento: “Você não está sozinho. Falar é o primeiro passo. O Setembro Amarelo nos ensina que cuidar de si é também cuidar dos outros.”

Sobre o podcast

O Laborando é uma produção da Secom do TRT-8. A série especial “Quando Setembro Chegar” faz parte do Laborando e terá 12 episódios, com início em agosto deste ano e finalização em agosto do ano que vem, com episódios mensais abordando a importância da saúde mental no mundo do trabalho. A estreia da série aconteceu propositalmente antes de setembro, em alusão ao fato de que este mês é onde as organizações costumam trabalhar os conceitos o movimento Setembro Amarelo, que visa a prevenção ao suicídio. O nome da série faz alusão ao fato de que não podemos esperar setembro chegar para dar atenção à saúde mental.

Para acompanhar o segundo episódio, acesse aqui .