TRT-8 hasteia a bandeira LGBTQIAPN+ e Progresso no 28 de Junho
Em alusão ao 28 de Junho, Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) realizou ato simbólico de hasteamento da bandeira LGBTQIAPN+ e Progresso (que engloba ainda o movimento anti-racista e trans) ao lado das bandeiras do Pará, do Brasil, do Amapá e do Mercosul. O ato ocorreu na manhã da última sexta-feira, no prédio-sede, em Belém. A fachada do TRT-8 também foi iluminada com as cores da bandeira nos dias 27 e 28 de junho.
Leonora Bittencourt, diretora executiva da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), representou o movimento LGBTQIAPN+ realizando o levantamento da bandeira. Ela também é integrante do Comitê Gestor Regional de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-8.
“A gente está em um ambiente onde a gente lida com pessoas ligadas ao Direito - desembargadores, advogados, juízes. E eu avalio que nós avançamos muito em direitos, sim, mas a gente ainda precisa cuidar da manutenção desses direitos e, para além disso, uma das maiores problemáticas que nós temos enquanto pessoas LGBTQIA+ é a questão da empregabilidade, porque nós ainda não estamos inseridos no mercado de trabalho da forma que deveria, sobretudo pessoas travestis, transsexuais”, observa Leonora.
Ela lembra que, dentro da sigla LGBTQIAPN+, as travestis e transexuais são os segmentos que mais sofrem nesta área, começando já na evasão escolar por causa da discriminação desde a sala de aula. “Consequentemente a isso, as oportunidades de emprego são poucas, devido a não capacitação profissional. Então, cerimônias como essa, ajudam para que a gente possa sensibilizar, não só as pessoas daqui do tribunal, mas a sociedade em si. E a gente continuar pensando junto ao TRT outras estratégias e projetos para incluir a população LGBTQIA+ no cenário trabalhista, que é o que diz respeito ao TRT”.
Participaram do ato: Leonora Bittencourt, que realizou o hasteamento da bandeira LGBTQIAPN+ e Progresso; o desembargador Paulo Isan Coimbra da Silva Júnior, na bandeira do Estado do Pará; a vice-presidente do TRT-8, desembargadora Ida Selene Sirotheau Correa Braga, na bandeira do Brasil; a desembargadora Maria de Nazaré Medeiros Rocha, na bandeira do Estado do Amapá; e a presidente do Comitê Gestor Regional de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-8, desembargadora Selma Lúcia Lopes Leão, na bandeira do Mercosul.
“É um dia que nós temos que refletir bastante sobre o que acontece no nosso país com tanta discriminação, tanto preconceito. A Justiça do Trabalho tem que ser um exemplo de inclusão, de luta pela equidade, de luta contra a discriminação e a homofobia. Nós precisamos sim trazer essa discussão aqui para dentro. É por isso que nós estamos hoje aproveitando o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ para fazer essa nossa celebração, na nossa casa, e que eu tenho muito orgulho de pertencer a ela por essa discussão tão importante que nós trazemos hoje, e é por isso que nós vamos hastear a bandeira”, discursou a vice-presidente do TRT-8 antes do hasteamento.
A desembargadora Selma Leão reforçou este como um evento de grande importância, sendo realizado pela primeira vez em 2022, de forma pioneira no país. “É um ato muito grande para todos os envolvidos, pelo simbolismo da data, do reconhecimento pela luta do público LGBTQIA+. Em uma sociedade democrática como a nossa, não deve haver desigualdade entre as pessoas, desigualdade de tratamento, de inserção no mercado de trabalho, de reconhecimento social”, finalizou a magistrada.
Ao longo dos últimos anos, o TRT-8 realizou uma série ações voltadas à garantia do acesso da população LGBTQIAPN+ ao mercado de trabalho e de reconhecimento de sua luta contra a discriminação. Em 2028, por exemplo, o Regional foi pioneiro em discutir a empregabilidade Trans no auditório do prédio-sede, em Belém, com diversos convidados. Em 2022, foi o primeiro e único tribunal do país a levantar a bandeira LGBTQIAPN+ em cerimônia no 28 de Junho. Em 2023, criou o projeto Diversidade e Empregabilidade, em parceria com instituições de ensino, para garantir cursos profissionalizantes especialmente para o público Trans. Todas estas iniciativas seguem sendo renovadas ano a ano.