Filme que mostra discriminação no trabalho foi exibido em sessão do Cine Ejud8
A Escola Judicial do TRT8, exibiu na tarde desta quinta-feira, 08/04, durante evento do Cine-EJUD8, o filme Filadélfia, do cineasta norte-americano Jonathan Demme. A sessão totalmente virtual teve início às 14h e para assistir ao filme foi necessário fazer inscrição prévia.
Magistrados e servidores acompanharam por meio da plataforma Google Meet a exibição do filme, que teve a mediação do magistrado e cineasta Vanilson Rodrigues, juiz do trabalho substituto da 4ª Vara do Trabalho de Belém.
Filadéfia é uma produção norte-americana, baseada em uma história real. O filme narra um caso que foi parar nos tribunais envolvendo um advogado despedido da firma onde trabalhava depois que os patrões descobrem que ele é soropositivo.
No chat do evento, houve muita participação. O diretor da EJUD, desembargador Walter Paro fez a seguinte reflexão. "Trazemos em nossa bagagem existencial uma mala cheia de discriminações, de todas as espécies. No racional dizemos não ser os proprietários dessa mala, mas em nossa viagem existencial impossível não notarem". E, parabenizou os envolvidos. "Parabéns pela escolha do filme! Profundas reflexões!"
A vice-diretora da EJUD8, juíza Nazaré Medeiros Rocha, disse o quanto o filme é atual. "Já havia assistido este filme em sua época de lançamento, mas revendo-o hoje percebo qual atual ele é, respeitadas as peculiaridades de cada tempo. Parabéns, colega Vanilson, pela escolha da película. Impactante. Você abre o Cine Ejud8/2021 em grande estilo".
As semelhanças com o momento atual também foram lembrados por Livínia Tália. "No momento em que o mundo experimenta uma ambiência tão cheia de dor e apelo pela solidariedade, rever Tom Hanks numa atuação tão cheia de humanidade e coragem frente a um problema terminal, à época, é no mínimo consolador e gratificante para um final de tarde de quinta-feira. Traz ao coração força para descontruir preconceitos e colaborar com um mundo menos desigual".
Mesmo pensamento da servidora Milane Guedes sobre o preconceito sofrido pelo personagem principal. "Foi julgado pessoalmente para uma causa ligada ao trabalho. Me consolei porque a família era bem estruturada e o acolheu com amor e não o julgou."
De acordo com o juiz Vanilson Rodrigues, o filme se utiliza de vários mecanismos para evidenciar a discriminação. "A defesa é feita por uma mulher e um advogado negro, grupos discriminados na sociedade norte americana e brasileira também. O diretor chama atenção para os grupos vulneráveis e para as minorias".
O magistrado ressaltou ainda que o trabalho é a fonte de sobrevivência para a maioria das pessoas e é necessário garantir a igualdade de oportunidade em relação ao emprego, abordando os principais dispositivos previstos no ordenamento jurídico brasileiro e consagrados pela Organização Internacional do Trabalho que tratam sobre a discriminação no trabalho.