EJUD8 realizou painel de ‘Comunicação Não Violenta e Justiça Restaurativa’
Na última sexta-feira (17), a EJUD8 realizou o painel ‘Comunicação Não Violenta e Justiça Restaurativa’, transmitido de forma remota pela plataforma Google Meet para mais magistrados e servidores do TRT8.
Ao longo de 2 horas, o público foi estimulado a um olhar mais humanizado sobre as necessidades do indivíduo e sua comunidade, pelo qual vítimas e ofensores têm a obrigação de sanar o ciclo de descaso e violência causados pelo atual modelo de desenvolvimento social.
A especialista em psicologia social Lena Mouzinho destacou que o uso da comunicação não violenta busca aprender a traduzir pensamentos e comportamentos humanos para uma linguagem de necessidade universal. “A transgressão é uma expressão trágica de uma necessidade não satisfeita ou um conflito incompreendido. Só teremos condições de tratar melhor o outro quando compreendermos o nosso sentimento e olharmos para o mundo como um reflexo de nossas vidas”, afirmou.
O evento também contou com a participação da juíza de direito Josineide Pamplona, membro do Comitê Gestor de Justiça Restaurativa do CNJ. Ela enfatizou a importância da comunidade para a restauração dos envolvidos em um dano. “O ofensor precisa ser responsabilizado por essas ofensas, devemos enxergá-lo dentro de um contexto social como os demais indivíduos afetados. Com a Resolução CNJ Nº 225/2016, ela passa a ser uma política institucional, promovendo a pacificação entre todos os envolvidos.” disse.
De acordo com a magistrada, uma prática que tem demonstrado bastante eficácia são as conferências vítima-ofensor, onde o oprimido se coloca diante do opressor a fim de relatar como se sentiu diante do ocorrido, gerando ao réu uma auto responsabilidade imediata diante os fatos citados.
Para finalizar, as painelistas concluíram que o ciclo da violação de direitos não é interrompido com sentenças. Somente diante da conscientização e envolvimento da sociedade como um todo, levando em consideração os danos históricos e estruturais existentes, poderemos cessar esta máxima.
Realizado pela Ejud 8 e proposto pelo Grupo de Estudos nº 6, o painel contou com a mediação da Juíza do Trabalho Roberta de Oliveira Santos, coordenadora do grupo.
Fonte: EJUD8