Música, bate-papo e confraternização marcam Dia Internacional da Mulher no TRT8

Servidoras foram recepcionadas com música e uma roda de conversa discutiu a participação da mulher no judiciário.
Funcionária da empresa terceirizada em pé recebendo bombom e um cartão da presidente do tribunal
— Foto: ASCOM8

O 08 de Março (#8M) foi lembrado na Justiça do Trabalho da Oitava Região nesta sexta-feira (06) com a realização de eventos em homenagem às mulheres que atuam na Justiça Trabalhista no Pará e Amapá.

Ao chegar para trabalhar, as servidoras foram recepcionadas com música."É maravilhoso chegar ao trabalho e ouvir essa música, torna agradável o ambiente", disse a recepcionista Rose Gomes.

Saxofonistas deram as boas-vindas na entrada do Edifício Sede e no Hall do Fórum Trabalhista de Belém. "A vontade é ficar aqui ouvindo essa música linda, mas temos de trabalhar",disse a servidora Elayne Macedo.

Algumas servidora se emocionaram com a homenagem. "Estou emocionada, faz toda a diferença ser lembrada. A gente tem de comemorar todos os dias para fazer sentido", disse Milane Rodrigues.

A presidente do TRT8, desembargadora Pastora Leal, esteve à frente de toda a programação. Usando roupa lilás, cor que identifica as sufragistas inglesas e o movimento feminista no mundo, a presidente recepcionou as servidoras e à medida que elas chegavam ao prédio, fazia a entrega de cartões de felicitações e eram distribuídos bombons. "É muito bacana quando o nosso local de trabalho, onde a gente passa mais tempo, reconhece as mulheres que prestam serviço aqui. Chegar e ser lembrado é muito bom", disse a servidora da área de TI Aline Oliveira.

Por volta de 9h da manhã, a presidente participou da abertura do Pré CONAMAT - Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho - , e compôs a mesa do evento ao lado da juíza substituta do trabalho Roberta Santos e do juiz Océlio Moraes, representando o desembargador Luis Ribeiro, diretor da Escola Judicial do TRT8 (EJUD8).

Na sua fala, a desembargadora presidente discorreu sobre sororidade e destacou o preconceito que as mulheres ainda enfrentam. "Nós somos um Tribunal que já avançou bastante quantitativamente mas que ainda pode avançar muito mais, principalmente nas direções de Secretaria de Vara que ainda está um pouco desproporcional e também dar uma visibilidade e uma transparência para essas questões que afetam a condição da mulher que trabalha".

A juíza Roberta Santos fez uma reflexão sobre os espaços ocupados pela mulher na sociedade que antes eram exclusivos do homem como o parlamento e traçou um paralelo entre os cargos ocupados pela mulher no Poder Legislativo e no Judiciário, principalmente o Trabalhista."Ainda cabe falar em feminismo? Ou é uma coisa desnecessária porque nós já podemos fazer tudo que queremos e a constituição diz que somos todos iguais, homens e mulheres? É uma discussão muito atual em tempos de intolerância que vivemos hoje".

O juiz Océlio Moraes falou sobre o papel da mulher e citou mulheres que quebraram paradigmas e deixaram um legado para a humanidade. "O mundo não existiria, com o sentido que tem, sem o papel especial, sem a essência da mulher".

No final da manhã, no auditório da Escola de Capacitação de Servidores (ECAISS), a presidente e a juíza participaram de uma roda de conversa sobre o tema "Participação da Mulher no Poder Judiciário: ontem, hoje e amanhã". Tanto a presidente quanto a juíza falaram sobre a condição da mulher no Judiciário e os desafios para tornar o ambiente de trabalho mais equilibrado. "Não é somente uma homenagem, é um momento para falar da condição da mulher, das suas demandas, sua acumulação de tarefas. Reconhecer, não só quantitativamente mas também qualitativamente, que nós implementamos uma isonomia. Então, no ambiente de trabalho, reconhecer que todos têm uma responsabilidade em conjunto por auxiliar uma que saia de licença maternidade, ou se afasta do trabalho por causa da doença do filho. Cada um deve se preparar, tornar essa questão mais visível e ter uma compreensão sobre essa condição feminina no ambiente de trabalho".

Grupo de trabalho

A juíza Roberta Santos enfatizou a criação pelo Tribunal do Grupo de Trabalho para Apresentação de Propostas para o Incentivo à Participação Feminina na Justiça do Trabalho da 8ª Região e fez um convite para que todos respondam ao questionário de uma pesquisa iniciada hoje para que se possa promover a participação feminina e avançar na igualdade de gênero. "O que a administração pode fazer para equiparar essas oportunidades efetivamente no TRT8 ? É uma oportunidade de que todos nós sejamos ouvidos. Apesar de já ser um Tribunal de vanguarda, já temos diversos direitos assegurados como a jornada reduzida para servidora que amamenta. Mas ainda assim vamos olhar para o invisível. Vamos pensar sobre isso, vamos nos unir, nos fortalecer e trabalhar para que a gente consiga uma igualdade. Nós precisamos de ações afirmativas para igualar os desiguais .É fato que ainda somos desiguais, homens e mulheres".

A programação encerrou com a confraternização das participantes em um coffee break.

8 de março na História

Em 2020, o Dia Internacional da Mulher será comemorado neste domingo. O #8M ficou marcado na história quando, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York, protestos organizados pelo partido Socialista da América reivindicaram a igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975.