Oficina no Combu propõe soluções em sustentabilidade

O turismo é um dos setores econômicos que mais geram emprego e renda. Segundo dados da ONU Turismo, o Brasil recebeu 48% a mais de visitantes em 2025 em relação ao ano passado. Cerca de 5,3 milhões de pessoas visitaram o país, sendo que, no Pará, houve aumento de 27% de visitantes estrangeiros. O número deve ser ainda maior nos meses de outubro e novembro, quando a capital, Belém, receberá um volume grande de pessoas em razão do Círio de Nazaré e da COP30.
Apesar dos números positivos, no entanto, o turismo também traz desafios. Um deles é como conciliar a exploração da atividade com sustentabilidade, equilíbrio em harmonia com as populações locais. Este é o caso da Ilha do Combu, localizada na região insular de Belém. Nos últimos anos, o local, moradia de mais de duas mil famílias, virou um dos principais pontos de visitação para quem vem a passeio à capital paraense.
Com o alto fluxo de pessoas também vêm os problemas: erosão das margens dos igarapés, poluição sonora, invasão de privacidade, desmatamento e poluição da água dos rios são alguns deles, que se juntam a demandas básicas como falta de água potável, coleta de lixo regular e ausência de regulamentação para manejo.
Todos esses problemas foram relatados por Adelina de Souza, Miguel da Silva e Nena Costa, moradores da ilha, para um grupo de 40 pessoas que participou, na manhã desta quinta-feira, 4, no Espaço Aruna, da oficina imersiva promovida para os participantes do 5º Fest Labs, que reúne magistradas e magistrados, servidoras e servidores de laboratórios de inovação do Judiciário brasileiro, em Belém, até este sábado, 6.
Diálogo – Após ouvir os moradores, os participantes foram divididos em dois grupos. O objetivo era apresentar propostas de inovação na área de sustentabilidade e comunicação, para serem avaliadas pela própria comunidade do Combu. Para a juíza Daniela Giannini, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região (TRT-15), a oficina foi uma oportunidade de conhecer mais a fundo a Ilha do Combu e a dinâmica dos moradores.
“É a segunda vez em Belém, mas a primeira vez aqui na ilha. Fazer uma oficina conhecendo a comunidade local enriquece muito nossa visita. De outra forma, viríamos a esse lugar para falar dos mesmos problemas que eu falo lá em Campinas. Então o interessante é poder ter essa experiência viver a realidade da comunidade e entender os problemas do local”.
A liderança Miguel da Silva estava otimista. Ele reuniu com um dos grupos para dar detalhes sobre a realidade e os desafios da comunidade. “Um ponto bem positivo é ouvir os moradores. Estou com uma boa expectativa nos resultados”. Miguel explicou que tinha sido a primeira vez que eram chamados para este tipo de atividade. “A água é nosso problema prioritário. A maioria dos moradores pega água potável em poços, que ficam na comunidade Boa Vista. E outros precisam fazer a compra. Também temos dificuldade em usar a água do rio, porque o esgoto da cidade é despejado nele e precisamos da água para tomar banho. A gente sente muito a falta da água, que é uma coisa tão básica e tão distante de ter”.
Festival – A 5º Edição do Fest Labs encerra uma série de eventos regionais realizados ao longo do ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reunindo magistrados e magistradas, servidores e servidoras de Laboratórios de Inovação de todo o país, o encontro oferece palestras, oficinas, debates e troca de boas práticas, visando tornar a justiça mais eficiente, acessível e focada nas pessoas por meio da integração de tecnologia, sustentabilidade e criatividade.
Durante dois dias de programação, o público poderá acompanhar uma intensa agenda de palestras que abordam desde identidade cultural amazônica, inteligência artificial e linguagem simples até acessibilidade, educação e inovação prática no cotidiano. As palestras ocorrem sempre no Auditório Samaúma, na Escola Judicial do Pará (EJPA). Confira a íntegra da programação AQUI.
As atividades da5º Edição do Fest Lab têm patrocínio e apoio da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), da cooperativa de crédito Coimppa e da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg).
Imagens AQUI
Fonte: TJPA