TRT-8 avança na sustentabilidade com a eficiência energética das usinas fotovoltaicas

A eficiência energética é uma estratégia importante para reduzir o consumo de energia e mitigar as mudanças climáticas. Para fazer a sua parte nesse conjunto de mudanças necessárias voltadas para a proteção do meio ambiente, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) foi pioneiro no uso da energia solar na Justiça do Trabalho, e segue ampliando suas iniciativas de sustentabilidade com a instalação de usinas fotovoltaicas em seus edifícios no Pará e Amapá.
A Justiça do Trabalho da 8ª Região é signatária dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que fazem parte da Agenda 2030, da Organização Mundial das Nações (ONU), utilizando como base para o desenho de elaboração de seu planejamento estratégico e alcance de metas. Com relação à energia, o TRT-8 coloca em prática os ODSs: 7 - Energia limpa e acessível; 11 - Tornar as cidades, comunidades e órgãos mais sustentáveis e 13 - Ação contra a mudança global do clima.
Energia solar tem um impacto de 60% na redução de gastos com energia elétrica
Com essa perspectiva de ajudar na preservação do presente visando o futuro, o TRT-8 instalou 1.328 módulos de 260 Wp (painéis fotovoltaicos) no Fórum Trabalhista de Macapá, com capacidade de gerar aproximadamente 345 kWp, o que tem proporcionado uma economia de 60% com gastos na conta de luz da Justiça do Trabalho naquele estado. A principal fonte de geração de energia é o sol, o que a cidade tem de sobra, já que Macapá é a única capital brasileira cortada pela linha do equador e tem um clima equatorial com temperatura que varia de 24º a 34º graus.
A juíza titular da 2ª Vara do Trabalho de Macapá, e diretora do Fórum Trabalhista de Macapá, Núbia Soraya da Silva Guedes, conta que a adoção do sistema de energia fotovoltaico, mais conhecido como energia solar, no prédio do Fórum Trabalhista de Macapá, trouxe também mais conforto para o trabalho realizado nas unidades do prédio por juízes, servidores e trabalhadores terceirizados. “O nosso sistema de captação atende uma grande parte da demanda total do prédio e, se houver falha, temos um grupo gerador que é acionado instantaneamente, trazendo com isso enorme redução na despesa de energia elétrica deste prédio”, ressalta.
O sistema foi instalado em duas etapas: a primeira etapa foi concebida visando aproveitamento da área do teto do edifício, com início de operação do referido subsistema em 2017. Já na segunda etapa, o novo subsistema foi instalado na área de estacionamento do edifício, com início das operações em 2018. A economia do sistema em kWh é dividida em duas parcelas, uma relacionada ao autoconsumo e a outra através da compensação do consumo injetado na rede. A estimativa média de economia em kWh, baseada no histórico de faturas, está em aproximadamente 60%.
“A energia solar é reconhecida como uma fonte de energia limpa e naturalmente renovável, tem impactos bem menores quando falamos em energia oriunda de hidrelétricas, termelétricas ou mesmo de usinas nucleares. Ainda que hoje tenhamos altos custos de instalação, a médio e longo prazo esse sistema tem se mostrado uma fonte de baixo custo, seja do ponto de vista ambiental, seja do ponto de vista financeiro. A adoção desse sistema tem se tornado cada vez mais um atrativo modelo para outras instituições, pela sustentabilidade ambiental e, a médio e longo prazo, pela redução das despesas com consumo de energia elétrica, trazendo mais conforto e segurança para todos. É um grande orgulho para nosso TRT-8”, destaca a juíza.
Justiça do Trabalho em Belém está em processo de adoção da energia solar
Há também iniciativas voltadas para a eficiência energética nos prédios da justiça do trabalho em Belém. No Fórum Trabalhista foi instalado em dezembro um sistema com capacidade de 92 kW pico — que é a unidade de medida usada nesse tipo de projeto. É uma miniusina, considerada um sistema de porte razoável. Já no Prédio-Sede do TRT-8 e no Anexo 5, são necessárias adequações na subestação elétrica, que já estão com prazos definidos.
Segundo o engenheiro elétrico do TRT-8, Matias Lavor, a medida traz benefícios financeiros e ambientais ao possibilitar a compensação na fatura de energia e promover o uso de uma fonte limpa e renovável. “Além da economia de recursos, o TRT-8 acompanha tendências como a geração de créditos de carbono, alinhando-se a políticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A expectativa é que todos os sistemas estejam plenamente operacionais em breve, reforçando o compromisso do tribunal com a energia sustentável”, destaca.
Um investimento sustentável e eficiente
A energia solar está ganhando espaço no Brasil e promete transformar a gestão pública e privada. A implantação de sistemas fotovoltaicos gera uma economia imediata na conta de luz, permitindo que os recursos poupados sejam investidos em equipamentos mais eficientes e até na mobilidade elétrica. Além disso, contribui para a redução das emissões de gases poluentes, tornando-se um aliado na preservação ambiental.
Para o engenheiro de controle e automação e eletrotécnico e perito judicial com especialidade em energia solar e distribuição de energia, Alex Guedes, a implantação de tecnologias de geração de energia através de fontes renováveis, leva os gestores da administração pública a mudar a sua forma de gerir o recurso energético. “O gestor começa a perceber que economizando um certo recurso pode investir em outros equipamentos eletroeletrônicos, ou elétricos diversos, de refrigeração, de climatização, mais eficientes do que os anteriores. Depois começa a pensar na mobilidade, com a adoção de carros elétricos e por aí vai. Todas essas mudanças vão proporcionar uma maior redução no consumo, maior eficiência energética e economia financeira também”, explica.
O sistema de geração de energia solar é também chamado de geração distribuída (GD). Isso significa que cada unidade geradora fortalece a rede elétrica local, melhorando a qualidade de energia para toda a vizinhança. Órgãos públicos, como tribunais, ao adotarem a tecnologia, beneficiam não só suas próprias instalações, mas também os prédios ao redor.
“É por isso que sempre afirmamos que a energia solar tem um enorme potencial, mas a sua participação na matriz energética brasileira ainda é tímida, representando menos de 2%. Especialistas apontam a necessidade de políticas públicas que incentivem o setor de maneira responsável, equilibrando os retornos financeiros com os impactos ambientais positivos”, destaca Guedes.
Com a COP30 se aproximando, espera-se que governos e empresários revejam suas estratégias e ampliem investimentos em fontes renováveis, promovendo um ciclo sustentável de desenvolvimento. Afinal, como dizem os defensores da energia solar: não é um gasto, é um investimento.