TRT-8 promove Roda de Conversa sobre Prevenção e Medidas de Segurança no Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

A roda de conversa reuniu servidores(as) em um espaço de escuta, troca de experiências e aprendizado coletivo.
#ParaTodosVerem: Fotografia colorida em ambiente fechado.
#ParaTodosVerem: Fotografia colorida em ambiente fechado.

Com o objetivo de promover informação, conscientização e reflexão sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) realizou, nesta quinta-feira, 17 de julho, uma roda de conversa sobre Prevenção e Medidas de Segurança no Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. 

Participaram da roda a defensora pública Larissa Machado, a assistente social do TRT-8, Ellana Pinheiro, e a psicóloga do Tribunal, Luana Rios. O evento reuniu servidores(as) em um espaço de escuta, troca de experiências e aprendizado coletivo.

A psicóloga Luana Rios abriu a conversa com a apresentação de dados estatísticos sobre a violência contra a mulher no Brasil, o país ocupa a 5ª posição no ranking mundial de feminicídios, demonstrando a gravidade da situação e a necessidade urgente de ações institucionais e sociais de enfrentamento.

Luana destacou os impactos da violência não apenas nas vítimas, mas também no ambiente de trabalho, nas relações sociais e na saúde mental das mulheres. A apresentação serviu como ponto de partida para que o grupo refletisse sobre como identificar sinais de violência e acolher de forma adequada às vítimas no ambiente institucional.

Entendendo o ciclo da violência

A defensora pública Larissa Machado aprofundou a discussão explicando o reconhecimento legal da violência doméstica no Brasil com base na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que estabelece mecanismos de proteção às vítimas e punição aos agressores, incluindo medidas protetivas imediatas e a criação de Juizados Especializados em violência doméstica.

Ela também descreveu o ciclo da violência, uma teoria psicológica que compreende três fases: tensão, agressão e reconciliação, que tende a se repetir até que ocorra uma ruptura por parte da vítima ou até culminar em feminicídio.

1. Fase de Tensão: Nela, o agressor demonstra irritabilidade, hostilidade e pode haver comportamentos controladores, criando um ambiente de medo e tensão para a vítima.

2. Fase de Agressão: Ocorre o ato de violência, que pode ser física, psicológica, sexual ou verbal. É a fase de explosão da violência, com o agressor perdendo o controle.

3. Fase de Reconciliação: O agressor demonstra arrependimento, tenta reconquistar a vítima com promessas e gestos de carinho, criando uma falsa sensação de segurança e esperança de que a violência não se repetirá.

Ao final, a assistente social Ellana Pinheiro conduziu uma dinâmica interativa com os participantes da roda. A atividade consistia em sortear papéis com situações fictícias que deveriam ser lidas em voz alta e categorizadas quanto ao tipo de violência descrita: moral, patrimonial, psicológica, sexual ou física.

A proposta foi estimular o reconhecimento das diferentes formas de violência.

A servidora Patrícia Alves comentou que a roda de conversa falou sobre um tema muito importante: “eu participei dessa roda de conversa sobre a violência contra a mulher. E achei muito importante, assim, tudo que a gente debateu ali. Achei muito importante a presença de homens também, porque é um assunto que não é só feminino, né, é da sociedade. E como a defensora falou, a base de tudo é educação.

“E que a gente possa trabalhar isso com os nossos filhos, na nossa família, no ambiente de trabalho, para não deixar isso se naturalizar e poder conscientizar, porque todo mundo sofre, não é só as mulheres que são atingidas. Os homens e a sociedade como um todo também sofrem", completou. 

A defensora pública Larissa Machado elogiou a iniciativa do Tribunal: “É uma iniciativa louvável dessa instituição, porque esse é o tipo de política que todo órgão dentro do sistema de Justiça e fora tem que ter como uma atuação preventiva. Porque quando a gente trabalha violência de gênero, a gente tá trazendo também um ambiente de qualidade para o servidor e um ambiente saudável também e que vai se direcionar e ter um convívio com os seus familiares.”

Não maquie a violência

A campanha “Não maquie a violência”, voltada à prevenção da violência doméstica contra servidoras e magistradas do Tribunal. A ação é uma iniciativa do Subcomitê de Participação Feminina e do Comitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, e tem como foco principal romper o silêncio e estimular a denúncia.

Com o lema “Os vários tons de violência doméstica”, a campanha usa imagens simbólicas, como batons quebrados e nomes de batons peculiares, para questionar atitudes que camuflam o abuso. A proposta é clara: violência não se esconde, se enfrenta. Maquiar o problema, seja pela negação do agressor, pela culpa imposta à vítima ou pela omissão de quem testemunha, só agrava o ciclo da violência.