Comissão de Combate ao Trabalho Infantil, Dieese e Uepa apresentam resultado da pesquisa realizada em Paragominas

Nesta sexta-feira, 30 de maio, a pesquisa sobre trabalho infantil realizada em Paragominas terá seus resultados apresentados. A juíza do Trabalho Vanilza Malcher, gestora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem do TRT-8, compartilhará os dados com o prefeito de Paragominas, Sidney Rosa, autoridades locais e parceiros que colaboraram na aplicação e tabulação dos formulários.
No último dia 21, a juíza Vanilza Malcher, acompanhada da também juíza do Trabalho Claudine Teixeira, apresentou o trabalho à presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, desembargadora Sulamir Palmeira Monassa de Almeida. A reunião contou com a presença de representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho, do juiz titular da Vara de Paragominas, do supervisor técnico do Dieese e de um representante da Uepa.
A juíza Claudine Teixeira da Silva Rodrigues ressalta a importância da pesquisa para mensurar as áreas de atuação do programa. "A pesquisa é fundamental. Embora tenhamos órgãos oficiais de pesquisa como o IBGE, que traçam linhas gerais de ocorrências do trabalho infantil, sabemos que esses dados são extraídos de amostragem. Nós da Comissão precisamos agir com mais urgência", observa a magistrada. Ela complementa que, com os resultados, será possível identificar regiões com índices mais elevados de trabalho infantil, permitindo a elaboração de programas e atendimentos específicos para combatê-lo.
O juiz titular da Vara do Trabalho de Paragominas, Marco César Moutinho da Cruz, celebra o fato de Paragominas ter sido a primeira cidade a aderir à iniciativa do TRT-8. "Em abril, a cidade sediou a 30ª Semana do Judiciário Fraterno, e conseguimos vários parceiros como a Faculdade Anhanguera, OAB, Senai, Senac e a Prefeitura. Atendemos diversas mães e, durante a programação, realizamos a pesquisa com mais de três mil estudantes da rede pública, além de palestras educativas que esclareceram muitas dúvidas de crianças e jovens da cidade", detalha.
Everson Costa, supervisor técnico do Dieese do Pará, parabeniza a coragem e seriedade com que o TRT-8 aborda o tema. "Gostaria de parabenizar as gestoras do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, as doutoras Zuíla e Vanilza, por esse trabalho de levantar mais informações, principalmente sob a ótica das políticas públicas", afirma. Ele destaca a necessidade de atualização das pesquisas após dez anos da primeira, mesmo com a existência de outros indicadores oficiais. "Essa busca por informações adicionais, capitaneada pelo Tribunal Regional do Trabalho, será fundamental para subsidiar políticas públicas já existentes, melhorar as que estão em andamento e, acima de tudo, quebrar um paradigma de que muitos municípios desconhecem a existência do trabalho infantil", finaliza.
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