Discriminação de gênero é debatida em oficina destinada a magistrados, servidores, estagiários e terceirizados do TRT-8

Oficina aconteceu de forma online e contou com a instrução de especialistas em atuação com perspectiva de gênero
Captura de tela de uma chamada de vídeo.
— Foto: ASCOM8

Na tarde da última quarta-feira, dia 23, magistrados, servidores, estagiários e terceirizados do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região participaram da oficina “Acolhimento Especializado com Perspectiva de Gênero”. A oficina abordou temas como sexismo, misoginia, assédio moral e sexual, desigualdades e violência de gênero no ambiente de trabalho. O objetivo é qualificar o atendimento com perspectiva de gênero na atuação profissional.

Perspectiva de gênero é entender as desigualdades entre homens e mulheres. A atuação com esta perspectiva é fundamental para entender a complexidade das relações desiguais de gênero e promover a equidade, a democracia e a dignidade humana, contribuindo assim, com a transformação social de uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a oficina destacou aos participantes a desigualdade entre mulheres e homens no ambiente de trabalho. 

A interrupção, o silenciamento e o tratamento estereotipado do comportamento feminino também são comuns entre a sociedade, e contribuem com a discriminação de gênero. A oficina debateu justamente sobre o acolhimento ao público, especialmente feminino, que sofre esta discriminação. Os participantes aprenderam que o acolhimento vai além da intervenção e da escuta, e que envolve outros elementos como a troca de informações e o conhecimento da situação da pessoa de forma mais aprofundada.

Uma das instrutoras da oficina foi Gabrielle Maués, advogada e presidente da Comissão da Mulheres e Advogadas, e Conselheira Seccional da OAB Pará. A advogada explicou durante a sua fala que a violência de gênero institucionalizada é o desrespeito aos direitos da mulher que busca ou integra o Sistema de Justiça e destacou a importância da realização da oficina. “Enquanto Sistema de Justiça, promover esta atuação com perspectiva de gênero é um dever para nós porque atende aos ditames da democracia e também diz respeito à dignidade, que deve ser garantida para todos e todas, não somente para grupos específicos”, comenta.

A Dra. Luanna Tomaz, por sua vez, segunda instrutora da oficina, mostrou a dimensão do que seria o atendimento ideal diferenciado, que visa acolher mulheres em situação de violência. A professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará compartilhou com os participantes a sua experiência no atendimento de pessoas em situação de violência na Clínica de Atenção à Violência (CAV).

A CAV é um projeto da Faculdade de Direito da UFPA que atende pessoas em situação de violência que buscam assistência jurídica, social e de saúde. Funciona às sextas-feiras, das 8h às 12h, no Núcleo de Práticas Jurídicas, localizado no bloco L do campus profissional da UFPA. Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas pelo site.

Ketiane Silva, chefe da Divisão de Execução, Mandados, Pesquisa e Leilão do TRT-8, foi uma das participantes da oficina e a descreve como muito esclarecedora. “Os conceitos explanados pela Dra. Gabrielle, apesar de serem palavras que eu já empregava e já havia tido contato, foram revelados de forma mais aprofundada, o que certamente mudou o conceito superficial que eu tinha a respeito. Como gestora e como mulher, saio dessa oficina com a sensação de que ainda há muito a ser feito, mas que espaços como esse, que objetivam nos capacitar com o olhar especializado para as questões de gênero vividas por todas nós, umas em maior grau do que outras, são fundamentais para esclarecer e consequentemente inibir condutas que violam os direitos da mulher”, finaliza.

A oficina “Acolhimento Especializado com Perspectiva de Gênero” foi promovida pelo Comitê de Incentivo à Participação Feminina e pelo Comitê de Combate ao Assédio Moral e Sexual do TRT-8 em parceria com a Escola de Capacitação Itair Sá da Silva (ECAISS).

 

#ParaTodosVerem: Captura de tela de uma chamada de vídeo. Ao lado esquerdo, a apresentação de um slide colorido com o texto "Atuação Judicial com Perspectiva de Gênero" na cor branca. Ao lado direito, oito usuários, divididos em duas fileiras. No canto inferior direito, a logo do TRT-8.