Espaço Cultural do TRT8 expõe obras do artista EME
Iniciada em 27 de outubro, a exposição "Ciclos Urbanos", do artista EME, ocupa o Espaço Cultural ministro Orlando Teixeira da Costa. De acordo com o artista, essa exposição é a continuidade de um trabalho que acontece desde o início do ano, totalizando em 29 obras, sendo 14 delas inéditas, com vários formatos, e a primeira exposição foi intitulada de "Vida sobre Rodas".
Segundo EME, "essa exposição fala sobre pessoas que se utilizam de algum tipo de veículo, muita das vezes a bicicleta, fala dessa roda que faz com que essas pessoas trabalhem e está envolvido com a metáfora da roda da vida, indagando o questionamento sobre o que faz essas pessoas ainda trabalharem, mostra um pouco desse mercado informal, grande maioria existente no país, fala sobre o trabalho infantil que vemos nas ruas, dos adultos que muitas das vezes estão na companhia das crianças, então ela vai tocar nos aspéctos que estão diretamente relacionados ao trabalho. Minha pintura é um retrato um pouco mais moderno da nossa realidade popular, dessas pessoas que se utilizam de mecanismos e muitas das vezes fazem parte da própria cidade em si, que é Belém, e podemos observar algumas figuras que se tornaram icônicas como o vendedor de pipocas, o vendedor de raspa-raspa, o bike-som, e todo esse universo da cidade que está envolvido com essa pessoas, que tem uma relação de trabalho, de sobrevivência, de não ter uma carteira de trabalho assinada, mas ainda assim formar gerações de famílias e que por muitas vezes são invisibilizadas".
"É incrível trazer essa realidade para dentro de um espaço cultural como esse aqui no Tribunal, para que possamos ter esse tipo de reflexão, é aproximar através de uma forma artística que é onde meu trabalho se apresenta e se divide, para que as pessoas possam ter um momento de reflexão e observar mais o que acontece ao redor e essa é a função da arte, através desses aspectos aproximar as pessoas desse universo. A exposição é uma entrega e minha expectativa é que o público possa entender qual a função do trabalho em si, que por trás dessa pessoa que pinta, existe um trabalhador que está cumprindo sua função como outras pessoas que também as cumprem, no sentido de ter um ofício, pois a arte pra mim é um ofício, que o público possa se identificar com as personagens, seja da sua época de infância ou outras épocas recentes, e que traga um pouco mais de esperança, depois de termos passado por momentos tão difíceis por conta da pandemia, que as pessoas possam ter uma nova visão do mundo", conclui EME.
A exposição segue até final de novembro.
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