Reportagem de TV que mostrou realidade do trabalho infantil em Belém ganha 1º lugar no I Prêmio de Jornalismo da Justiça do Trabalho

O projeto do TRT8 que visa o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes foi destaque no vídeo.
Na foto: a juíza do trabalho Vanilza Malcher e voluntária em uma sala de aula com várias crianças.
— Foto: ASCOM8

"Mostramos uma realidade difícil, histórias fortes e que jamais serão esquecidas. Mas graças a vocês, voluntários e profissionais, existe esperança para mudar esse cenário". O depoimento é da jornalista Bruna Reis, produtora da equipe do programa Arquivo A, da TV Aparecida, vencedora na categoria Telejornalismo do I Prêmio Justiça do Trabalho de Jornalismo. Bruna e a repórter Gabriela Leite Cícero venceram com a reportagem “Arquivo A: Trabalho Infantil”.

A apuração envolveu uma equipe de cinco pessoas e se concentrou na realidade das ruas de Belém. Para contar essa história, as jornalistas passaram 5 dias na capital paraense. Percorreram feiras livres, ruas e a Ilha do Combu para conhecer a realidade ribeirinha e como ocorre a participação de crianças e adolescentes na retirada do açaí.

Padrinho-cidadão

A reportagem também mostrou as ações desenvolvidas pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8 que criou o projeto padrinho-cidadão e mobiliza voluntários para atuar em prol da infância. A juíza Vanilza Malcher e a desembargadora Zuíla Dutra são responsáveis por mobilizar uma rede de voluntários e parceiros que promovem diversas ações para desenvolver plenamente os jovens para que eles sejam inseridos no mundo do trabalho de forma digna por meio da Lei da Aprendizagem. "O importante foi poder mostrar a realidade de nossas crianças e adolescentes e o que nós podemos fazer para transformá-la. Ficamos felizes de ter contribuído para essa premiação", contou a juíza.

O prêmio foi festejado pelas jornalistas. Em sua página no Facebook, a jornalista Bruna Reis contou que sempre sonhou em ser jornalista."Estamos felizes demais e claro que vocês todos fazem parte disso", comemorou.

A repórter Gabriela Leite falou sobre a emoção de conquistar o prêmio mostrando para o Brasil como funciona o projeto de voluntários. "A gente trouxe para cá um pouquinho de cada um de vocês, essa semente que vocês plantaram no nosso coração, e se a gente ganhou esse prêmio é porque vocês abriram as portas para mostrarmos esse trabalho lindo que vocês fazem e a gente está muito orgulhoso", disse.

Prêmio

O I Prêmio Justiça do Trabalho de Jornalismo foi realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e premiou vencedores em cinco categorias - telejornalismo, radiojornalismo, fotojornalismo, webjornalismo e jornalismo impresso. Na primeira edição do prêmio, o tema escolhido foi “Trabalho infantil: combate e perspectivas para o seu enfrentamento”. A premiação contemplou trabalhos realizados no Pará, em Santa Catarina, no Ceará e no Distrito Federal.

Vencedores

O jornalista Marcos Andrei Miller foi o vencedor da categoria Radiojornalismo, com “Trabalho infantil em Santa Catarina – uma cultura hereditária”, da Rede Peperi de Comunicação. Na categoria Webjornalismo, o prêmio foi para Leilane Menezes Rodrigues, do Portal Metrópoles, de Brasília (DF), pela reportagem “Meninos-soldados: a infância a serviço do tráfico de drogas”. Dois profissionais do Diário do Nordeste, de Fortaleza, foram premiados: o fotógrafo Raimundo Nonato Duarte Rodrigues, por “Caminho da Esperança”, na categoria Fotojornalismo; e Emanoela Campelo de Melo, autora de “Exploração sexual infantil: crime silenciado”, na categoria Jornalismo Impresso.

Todos receberam troféu, certificado de premiação e prêmio no valor de R$ 10 mil. Os 57 trabalhos inscritos foram avaliados por uma comissão julgadora, formada por magistrados da Justiça do Trabalho e profissionais de área de comunicação, que selecionou os 15 finalistas. Linguagem, estética, originalidade, utilidade social e adequação ao tema foram os critérios de avaliação.

Papel da imprensa

Para a ministra Kátia Arruda, coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho, o papel imprescindível da imprensa na sociedade brasileira ficou demonstrado na qualidade dos trabalhos inscritos no prêmio. “Foi difícil o processo de seleção”, observou. “Os trabalhos tinham um altíssimo nível, e isso mostra como nosso jornalismo está avançado e pode contribuir para desenvolver e conscientizar a sociedade”.

Também participaram da cerimônia de entrega do prêmio os ministros Lelio Bentes Corrêa, corregedor-geral da Justiça do Trabalho, e Breno Medeiros, vice-coordenador do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho.

 

Veja a lista completa dos vencedores:

Telejornalismo
“Arquivo A: Trabalho Infantil”, da TV Aparecida - Gabriela Leite Cícero

Radiojornalismo
“Trabalho infantil em Santa Catarina – uma cultura hereditária”, da Rede Peperi - Marcos Andrei Meller

Fotojornalismo
“Caminho de Esperança”, do jornal Diário do Nordeste - Raimundo Nonato Duarte Rodrigues

Webjornalismo
“Meninos-soldados: a infância a serviço do tráfico de drogas”, do Portal Metrópoles - Leilane Menezes Rodrigues

Jornalismo Impresso
“Exploração sexual infantil: crime silenciado”, do Jornal Diário do Nordeste - Emanoela Campelo de Melo