CÍRIO 2018 - Campanha de Combate ao Trabalho Infantil mobiliza juízes e servidores das Varas do Trabalho do TRT8

Em Belém, a produção de cataventos ganha reforço de padrinhos cidadãos e estudantes de universidades e faculdades.
Vara de Macapá na mobilização para o Círio.

A campanha do TRT8 de Combate ao Trabalho Infantil no Círio 2018 está a todo vapor. No prédio do tribunal,onde ocorre a confecção de parte do material de divulgação da campanha, estudantes do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA) vieram reforçar a campanha e confeccionar os cataventos, símbolo mundial da luta contra o trabalho de crianças e adolescentes.

Os seis estudantes da UEPA, que participam como voluntários, fazem parte do Programa de Integração de Bolsistas de Iniciação à Docência. "Acho muito importante participar porque esse é um problema que ainda faz parte da nossa realidade, e nessa época do Círio o amor fala mais alto e podemos conscientizar mais pessoas para essa realidade", disse a estudante Amanda Lama.

Acadêmicos de Direito das Faculdades Ideal (FACI) e Maurício de Nassau também participam da produção de cataventos nos horários em que não estão nos estágios ou em sala de aula.  O estudante e servidor do MPT, Clóvis Loureiro, é um desses parceiros. Ele contou que participa pelo segundo ano da campanha. "Gosto muito de ajudar nas campanhas de combate ao trabalho infantil. Nossa meta é produzir 400 cataventos".

Também aderiram a campanha, nesta segunda (08/10), os juízes titulares das varas do trabalho em Belém e fora da sede. "Pela primeira vez os juízes do  trabalho, ao final das audiências, estão explicando sobre a campanha e fazendo a entrega dos cataventos e dos panfletos contendo as dez razões que justificam o movimento de combate ao trabalho infantil. É um movimento muito bonito o que está acontecendo no tribunal nesses dias que antecedem a campanha", disse a juíza Vanilza Malcher, uma das coordenadoras regionais da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, do TRT8.
 
De acordo com a juíza, a mobilização já ganhou as ruas da região metropolitana de Belém e ficará visível nas fachadas das instituições parceiras durante os 15 dias da festividade do Círio. "Já estamos com 26 outdoors  e 80 faixas espalhadas por Belém e Ananindeua, 100 escolas, paróquias e comunidades envolvidas nesse movimento encabeçado pela Justiça do Trabalho."

A voluntária Amanda Ferraz, servidora pública, veio até Belém buscar material para a Vara do Trabalho de São Felix do Xingu, implantada há cerca de um ano no município. Para colaborar com a campanha, ela disse que servidores e juízes vão trabalhar usando a camiseta da campanha e atuar na prevenção. " Nós não vamos poder estar presente aqui no Círio devido a grande distância, pois o município fica a cerca de mil quilômetros da capital, mas nós vamos fazer um trabalho de conscientização com os pais para que eles evitem levar as crianças para o ambiente de trabalho, porque as crianças têm que viver a sua infância plenamente. E, embora haja essa distância, a gente tenta levar o espírito da campanha para esses locais mais remotos, para a realidade que vivenciamos em São Felix do Xingu."

Em Ananindeua, município vizinho a Belém, a campanha também ganhou força esta semana. Os preparativos culminam com a participação dos voluntários no traslado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré para o município durante a primeira das 11 romarias do Círio, no dia 12 de outubro, que 
coincidirá com as comemorações do Dia das Crianças. Na Escola Salesiana do Trabalho, parceira do projeto, foi realizado um evento em homenagem as crianças, e  houve uma palestra para cem estudantes sobre a importância da campanha de combate ao trabalho infantil.

O conselheiro tutelar Walcircley Alcantara, que é padrinho cidadão do projeto desde 2014, contou que há 30 dias eles estão realizando essas palestras educativas nas escolas.  Além da palestra, as crianças e os adolescentes montam o catavento, que traz alguns dos principais direitos das crianças escritos nas suas pétalas. "O catavento disponibilizado pelo TRT8  traz escrito que toda criança tem direito de estudar, de se desenvolver e também de brincar. Nas palestras que fizemos, as crianças falaram sobre os sonhos que têm, das profissões que pretendem seguir, a gente ficou muito emocionado. Este ano nós vamos ter aproximadamente 20 mil pessoas na campanha em Ananindeua porque os alunos levam os pais e a gente consegue mobilizar toda a sociedade."
 

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