TRT-8 realiza roda de conversa pelo enfrentamento à violência contra as mulheres

Para marcar o Agosto Lilás, mês de conscientização sobre o combate à violência doméstica, o Tribunal Regional da 8ª Região (PA/AP) realizou uma roda de conversa na última sexta-feira (22), no Fórum Trabalhista do Amapá. Organizado pela Escola de Capacitação e Aperfeiçoamento Itair Sá da Silva (Ecaiss), o evento aconteceu no formato presencial e telepresencial, sendo um importante momento de escuta, acolhimento e reflexão.
O objetivo da iniciativa foi sensibilizar e capacitar magistrados(as), servidores(as) e terceirizados(as) acerca dos aspectos comportamentais relacionados ao assédio moral, assédio sexual e à violência doméstica no serviço público, com foco na prevenção, acolhimento e enfrentamento dessas práticas. Para favorecer a participação coletiva, foi realizada uma dinâmica integrativa que envolveu todos os presentes, em um ambiente de respeito e acolhimento.
A juíza e Ouvidora do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP), Marina Lustosa, destacou a importância de construir instituições comprometidas não apenas com a punição, mas principalmente com a prevenção do assédio. “Nós devemos construir instituições que não apenas punam o assédio, mas que o previnam. No Tribunal do Amapá já temos um canal de denúncia que preserva o anonimato da vítima, o que é fundamental. É preciso abrir espaços para que a pessoa possa falar. Vamos fazer do Poder Judiciário um palco de mudança e sensibilização”, afirma.
Na sequência, a psicóloga Reni Wilka, integrante da Coordenadoria de Combate à Violência contra a Mulher (Cevid/TJAP), ressaltou o papel da violência psicológica como porta de entrada para outras formas de agressão. “Para falarmos de violência doméstica, precisamos primeiro compreender a violência. Eu costumo dizer que a violência psicológica é a porta de entrada de todas as demais violências. Ela não começa com um tapa, começa de forma sutil”, enfatiza.
Já a secretária da Cevid/TJAP, Sônia Ribeiro, reforçou a importância da campanha e da parceria com o TRT-8. “Nossa presença no Agosto Lilás é para mostrar o quanto essa campanha tem alcançado as ruas, e o TRT-8 é um parceiro fundamental nesse movimento. A violência não atinge apenas a mulher, mas também os filhos, familiares e o ambiente de trabalho. São pequenas atitudes que parecem não fazer diferença, mas fazem”, destaca a secretária.
Por fim, a mediadora master pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Sâmia Waldeck, falou sobre os ciclos de conflitos e seu reflexo na vida das pessoas. “Nós somos seres naturalmente conflituosos e, a todo momento, precisamos ajustar algo em nosso interior. Ninguém é perfeito ou tem a vida 100% resolvida. Muitas vezes, mesmo com conhecimento, não conseguimos mudar certos padrões e seguimos repetindo comportamentos”, completa.
Sobre o Agosto Lilás
Instituído em 2016 pela Lei Estadual nº 4.969/2016, o Agosto Lilás tem como objetivo intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha e conscientizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher. Em âmbito nacional, a Lei nº 14.448/2022 determinou que União, estados e municípios promovam ações ao longo do mês de agosto para enfrentar todas as formas de violência contra a mulher.